Pobreza, custa e a vocês?

Não tive a oportunidade de ver esta reportagem, mas hoje ao entrar no facebook foi a publicação diária que mais me chamou á atenção e a que merece que perca o pouco tempo que neste momento tenho. 


Fico muito sensibilizada com isto, são situações que me emocionam e me deixam triste e até com algumas lágrimas.. Ás vezes critica-mos a vida que temos, ou a comida que não gostamos, só não nos lembra-mos que a nossa vida para outras pessoas seria uma benção.. Sabem o que me custa mais? Ver arrumadores, ver mendigos.. Custa-me tanto ver as pessoas a pedirem, custa-me ver um senhor já idoso á porta dos Correios aqui na minha cidade até ás tantas a vender a lotaria/cautela que talvez já tenha passado de "moda" só se ouve falar da raspadinha e do eurmilhões.. Custa, porque ali está sentado o dia todo e secalhar não faz dinheiro.. Antes quando eu era pequena, eu entrava pelas ruas de Santarém, pela "cidade" e assim que lá chegava ouvia-o a vender a cautela e vinha ter connosco, e ali andava entretido a falar e a vender ás pessoas, hoje, infelizmente sinto uma enorme tristeza na pessoa. Há coisas e muitas que me dóiem no fundo do coração e me fazem ver que tenho uma vida ao contrário de muitos, eu sou a primeira pessoa a tirar dinheiro da minha carteira para dar a um mendigo-pedinte, mas digo-vos não sou capaz de o dar a ele, dou a quem estiver comigo para lhe dar, dói muito e apodera-se de mim uma tristeza que me deixa com vontade de chorar baba e ranho... É constatar a realidade, não é só ouvir falar na tevelisão ou nos jornais.. Mas também há mendigos "falsos" que pedem esmola para ir comprar comida, mas realmente a comida é o que os contamina  e leva á morte por dentro, isso comigo não pega, não me sensibiliza, e até sou fria não abro a carteira, mas ás vezes também somos enganados sem saber.. Outra coisa que dói, é ver a mãe a distribuir os filhos pelas redes de supermecado para irem buscar dinheiro e não pedir comida, vi uma vez no minipreço, dei dinheiro ao entrar para o supermecado, mas já tinha visto a mãe cheia de filhos na outra ponta da estrada a "vigiar", quando saí, o menino já não estava lá... Foi rápido, mas também sabem ser expertos, sabem como nos sensibilizar, através do uso de crianças.. Há uma semana no mesmo sítio um senhor a pedir esmola, quando estavamos a estacionar eu já o tinha visto, enquanto o f lhe dava o dinheiro eu fui  buscar o carrinho para ir para o supermecado, perguntei-lhe se o senhor tinha aceitado, aceitou, faço as compras e venho para me vir embora, já não estava lá. Uma situação que não me esqueço na minha vida, uma que me marcou mais, foi no metro de lisboa, uma criança entrou com um cão pequeno e ela tocava acordeão enquanto o cão tinha a asa cerrada nos dentes de uma lata onde as pessoas metiam a esmola, digo-vos que foi a primeira situação que me fez "fugir" desta realidade, eu consegui aguentar, engolir, até sair na estação de metro que pretendia, logo após de ter saído não me conti. Em Santarém não podia dizer que há muitos mendigos, não, há mais "arrumadores", mas há uns tempos para cá, cada vez que passava á frente do LIDL á noite havia um grupo de pessoas lá reunidas, eu cheguei a pensar que se juntavam ali para ir para o trabalho, alguma carrinha os ia lá buscar, mas não, elas esperavam pelo fecho do supermecado e pela altura em que os funcinários metiam o contentor do lixo na rua para irem buscar comida, eu cheguei a ver esta situação algumas vezes, a última, estavam lá crianças e tudo.. Uma pessoa tem a reacção de olhar, mas isto repetiu-se tantas vezes que quando lá passava aquela hora já não olhava para lá, há pessoas que não gostam de ver os outros com pena deles, e eu sinceramente não consigo mudar isto em mim é visivel o que isto tudo me faz sentir.. A imagem que tenho é deles todos sentados num vaso alto á espera da hora, mas a primeira pessoa que lá vi, foi uma velhota.. Em Lisboa foi o primeiro sítio onde vi muitos sem-abrigos, e meteu-me muita confusão, cheguei a casa e não reclamei por ela estar fria ou por não ter ar condicionado (o que era normal) acreditam? São estas acções que nós temos que nos fazem ver que nós temos uma boa vida e que lhe devemos de dar valor. Ontem ouvi que vinha aí uma vaga de frio, que os sem abrigo deviam de ser ajudados porque podiam ficar com hipotermia e os velhotes também, há tantas pessoas a dormir na rua, tantas, eu só espero que DEUS olhe por elas, senão tiverem ajuda, e peço que chouva, eu não gosto de chuva, mas com a chuva o frio baixa, eu tenho a sorte de ter lareira, não tenho ar condicionado, mas eles não têm nem uma coisa nem outra..


- Este desabafo era para ser colocado no facebook, mas estava muito extenso.
Partilhem comigo a vossa maneira de lidar face às situações que menciono aqui.

2 comentários

  1. Não vi a reportagem mas li o teu texto todo e concordo com o que dizes.
    Ás vezes o que queria mesmo era ser rica para poder dar dinheiro suficiente para eles terem um abrigo, mas infelizmente não dá.
    Faz-me imensa confusão a quantidade de mendigos que há na estação da Gare do Oriente, mas ao menos têm um tecto ( o da estação) e deixam-nos lá estar a dormir, durante o dia desaparecem todos!
    Acho triste, acho que deviam dar mais oportunidades de emprego a TODOS, porque eles poderiam trabalhar para conseguir ganhar dinheiro se este governo não fosse tão egoísta e não metesse tudo no bolso deles. Até têm o descaramento de neste Verão terem aumentado os salários aos políticos que já ganham milhares bem roubados das pessoas, muitas delas já nada têm mais p'ra dar e chegam a esta situação de pobreza extrema.
    Acho que o Governo anda a gozar um pouco com a nossa cara, uma das notícias de hoje é que o FMI quer despedir este mês mais 50 000 pessoas, o que para mim é imenso! Por este andar ainda vamos todos ser sem-abrigos, acho muito triste.
    Espero que as pessoas ajudem tanto as pessoas sem-abrigos como os animais sem-abrigos, que eles coitados não falam e não podem ter o seu dinheiro para comprar a sua comida.
    Todos os meses ajudo uma associação de animais com algum dinheiro e ração, e sempre que vejo bancos alimentares para sem abrigos também ajudo sempre, é a minha maneira de ajudar.
    Desculpa o comentário ter ficado gigante mas quando nós falamos destas coisas é difícil falar pouco.

    http://imperfectm.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  2. Também não vi a reportagem mas não vi pois, como tu, emociono-me com pouco e às vezes prefiro nem ver. Sou sincera, até há uns tempos atrás, era de boa vontade que ajudava qualquer pessoa, com pouco que fosse. Era a primeira a abdicar do meu lanche no café para dar esse dinheiro a alguém que precisasse. Hoje em dia, já não o faço com tanta frequência. Já não sei distinguir quem tem fome de quem tem falta de droga (esta gente consegue ser bem convincente). Não gosto de alimentar vícios de ninguém. Mas o meu coração é tão mole, que se deixa levar por qualquer coisa. E o que me dói mais nisto tudo, é pensar que alguma vez na minha vida, possa ter ajudado um drogado e possa ter negado ajuda a uma pessoa que realmente tinha fome. Não sei se o fiz, mas é provável. Por esse motivo, a maioria da minha ajuda agora, é feita através de campanhas.
    Chamem-me egoísta, mas neste momento, prefiro ajudar os animais. Esses sim, são cada vez mais alvo de abandono. Não têm forma de se expressar, são mal tratados e não se podem defender. Não digo que as pessoas não mereçam a minha ajuda. Merecem! Mas essas sabem defender-se, sabem pedir... Os animais não têm nada!

    Quem me dera ter o suficiente para ajudar todos os sem-abrigo e animais do mundo!

    ResponderEliminar