O Príncipe encantado afinal existe?
Será que vale a pena suspirar pelo Homem Ideal?
Ou esperar que aquele que pensamos ser o homem da nossa vida nos venha bater à porta?
Os contos de fadas dizem que sim, mas os contos de fadas estão fora de moda. As princesas já não passam o dia fechadas em castelos, já não há dragões nem bruxas de verruga no nariz e as madrastas maléficas são como os cigarros: estão out. O cavalo branco foi substituído pelo carro, o castelo de sonho por um T3 e já ninguém acredita nem em ter muito filhos, nem que pode ser feliz para sempre.
AS NARRATIVAS clássicas são perversas: os amantes nunca estão juntos, e se tão raro momento de sorte acontece, logo pagam as favas e com juros. O perigo espreita de cada vez que uma donzela se apaixona e só o homem tem um papel activo: é ele que tem de lutar contra monstros e inimigos, de ultrapassar pontes incendiadas e de subir a torres sem escadas, enquanto a desgraçada espera, espera, espera, bordando, cantando e aborrecendo-se de morte. Pergunto-me como é que em nenhuma destas histórias houve um príncipe suado, faminto, despenteado, roto e exausto, que ao chegar perto da sua querida não tenha dado com ela morta de tédio. Antes a morte do que tal sorte. E de cada vez que ela tenta escapar, cabe-lhe o destino de Rapunzel, que foi condenada a vaguear por montes e desertos, sem tecto nem honra. Já a mãe de Rapunzel fora castigada pelo pecado da gula ao invejar as delícias da horta no quintal da bruxa quando estava grávida, razão pela qual teve de entregar a menina à vizinha malvada. A única ilação interessante desta história é o reencontro dos dois apaixonados: ela consegue curar a cegueira do príncipe com as suas lágrimas de amor. Isso sim, pode ser visto como um símbolo de redenção, aquela velha ideia de que as mulheres salvam os homens, de que eles por elas querem sempre ser pessoas melhores.
O VERDADEIRO príncipe é o que não precisa de lutar pela sua princesa todos os dias; ele chega a casa e junta-se a ela para resolver os problemas que forem precisos. Está presente, todos os dias, para o que der e vier. E quando é preciso matar um dragão ou enfrentar uma bruxa; ambos concertam uma estratégia para repor a ordem.
O VERDADEIRO príncipe não está sempre a precisar de se ausentar para pensar bem naquilo que quer; ele sabe o que quer e, uma vez tomada a decisão, segue o seu instinto com coerência e consistência.
Talvez a sua maior qualidade, ao contrário dos príncipes confusos e indecisos, é não ter medo de ser feliz. Ele sabe que ser feliz dá trabalho, requer investimento, obriga a tempo e apela à disciplina. Ele tem consciência de que a sua donzela, tal como qualquer outra mulher, é complexa, mimada, caprichosa, por vezes infantil, não raro insegura e de vez em quando insuportável. Mas ele também sabe que gostar dela é aturá-la com os defeitos e aproveitar ao máximo as suas qualidades.
O VERDADEIRO príncipe tem poucas dúvidas, opera segundo o princípio da determinação. Já os outros, os que andam a brincar ao Homem Ideal, são escravos da hesitação; precisam sempre de mais um tempo.
Minhas amigas, tempos dão-se no futebol.
Um homem que se preze, ou quer ou não quer. É pegar ou largar.
Ameiii o post!
ResponderEliminareheheh
xoxo*
Grande verdade, com a qual não posso discordar... Infelizmente, muitas vezes, os homens tomam as mulheres por dados adquiridos e depois espantam-se quando lhe dizemos "olha deixa lá... Vai à tua vidinha que eu sigo com a minha...".
ResponderEliminarPara mim o verdadeiro príncipe, é aquele que está ao nosso lado para o que quer que seja, seja qual for a situação... Nem que seja apenas uma crise de choro por causa da TPM... Tem que compreender e aceitar, mimar e cuidar...
O inverso também, porque não podemos só receber sem dar.
Assim se fortalecem relações... Estas são construídas por duas pessoas, logo, não pode nunca ser unilateral!
xoxo
Lux